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A Região em que se insere
A Região em que se insere

O Alto Ribatejo é o território de confluência entre as três unidades geomorfológicas que dominam o território nacional e que, da mesma forma, caracterizam as paisagens mediterrâneas: um amplo vale, bordejado pelo maciço hespérico (xistos e granitos, essencialmente) e pelo maciço calcário estremenho. A sua delimitação decorre tanto da geografia física como da geografia humana.
No plano físico, trata-se de um território cujo esqueleto é constituído pela bacia hidrográfica do médio Tejo, nela se incluindo o baixo Zêzere, o Nabão, o Almofada, o Alvitre e o Ocresa. Os seus limites são, deste ponto de vista, difíceis de descortinar, pois decorrem essencialmente da relação que o povoamento humano foi estabelecendo com o território: “as fronteiras do alto Ribatejo são humanas e comportamentais, mais do que físicas.”
Na actualidade, o Alto Ribatejo, que recebe igualmente as designações de Ribatejo norte, ou de médio Tejo, “é um território que busca a sua identidade na oposição simultânea ao Ribatejo, à Beira Litoral e Beira Baixa, território da floresta central) e à Estremadura (com a sua vocação marítima)”.
Sem uma coerência estável, nele se descortinou, na segunda metade do século o chamado “triângulo” Abrantes – Torres Novas – Tomar. A oeste e noroeste afloram os antigos relevos do pré-câmbrico e do paleozóico (xistos, granitos, gneiss, quartzo). A leste e a nordeste dominam os calcários do mesozóico. Para sul abre-se a bacia terciária do Tejo -Sado. Como limites físicos convencionais, tomamos a Serra de Alvaiázere a norte, o arrife da Serra de Aire e dos Candeeiros a oeste, o Vale do Ocresa a leste, o Vale do Alvitra a sudoeste, e as primeiras colinas a sul do Tejo (em Abrantes, Constância e Chamusca). Os relevos geralmente não ultrapassam os 200 metros embora possam atingir os 600 metros em Alvaiázere, e apresentam uma morfologia aplanada (em plateau) na qual se encaixam, por vezes de forma escarpada, os cursos de água.
Mas é no povoamento que se encontram os limites do Alto Ribatejo, e neste plano, as fronteiras da região terão mudado através do tempo, por vezes ampliando -se, por vezes reduzindo-se. Em particular, o Tejo poderá ter funcionado como elemento de fronteira em determinados períodos, facto atestado, repetidamente, em épocas históricas, da mesma forma que grandes formações, como a Serra de Mação, terão funcionado como elementos de união, noutros períodos.
(* síntese global dos trabalhos realizados *) TEMPOAR – (Luiz Oosterbeek, Ana r. Cruz, Pierluigi Rosinha, Alexandra figueiredo, nefando grinalda) “territórios e mobilidade e povoamento no alto Ribatejo (Portugal) – 1998-2001